sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DEBATES TÁCTICOS: Método de Defesa nas Bolas Paradas

As perguntas que irei colocar serão simples e objectivas. A ideia do post é criar um espaço de debate saudável e que possível todos aprendermos um poucos mais, respeitando a opinião dos outros.

Para início de debate, formulo as seguintes questões:

1- Qual o tipo de marcação mais eficaz, seja em cantos ou livres;
2- Formas de "desbloquear" a defensiva adversária;

Sempre que possível, apresentem as vossas ideias acompanhadas de exemplos reais do nosso Futebol.

Podem abordar outros aspectos, desde que acrescentem algo à discussão. No comentário, sugiram também temas para futuros debates.

Por fim, possivelmente e numa altura oportuna será escrito um post com as conclusões retiradas do debates.

Comentem,

5 comentários:

  1. Já escrevi muito sobre isto no Jogo Directo e ainda ontem abordei este assunto por causa das mudanças (e fiascos) de Scolari neste aspecto.

    Por mim, gosto mais da zona, mas acho que só faz sentido em equipas altas. De resto é também um método que exige mais preparação porque geralmente os jogadores estão vocacionados para marcações individuais. O treino é o fundamental, não é pelo método, mas pela qualidade com que se interpreta.
    Quanto às estratégias para "desbloquear" o sistema, na zona, um canto curto que consiga colocar a bola na área a partir de outra zona é a estratégia mais evidente. Mas existem outras como definir ataques de jogadores mais altos a zonas protegidas por jogadores mais baixos. No método individual, a estratégia mais comum é a movimentação da maioria dos jogadores para um lado e a bola lançada para o outro, criando uma situação de 1x1 mais claro. Os desvios são, neste método, normalmente fatais.

    Nota ainda para a possibilidade, hoje cada vez mais em voga, de utilizar métodos mistos.

    Abraço e Parabéns pelo blog

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  2. Ricardo, considero a defesa a zona nos cantos o melhor método para defendê-los. Em livres, já não estou certo. Ao contrário, porém, do Filipe, acho que é precisamente quanto mais baixas as equipas forem que mais sentido faz defender-se os cantos à zona. Passo a explicar. Defender os cantos à zona serve o propósito de anular a diferença de estaturas que se estabelece nos pares do método homem a homem. Isto é, a distribuição de pares desfavorece a equipa mais baixa. Defendendo à zona, isso já não acontece. O argumento do Filipe é que, numa equipa mais baixa, defendendo à zona, o adversário pode escolher a zona a atacar, consoante a altura do jogador que estiver a marcar essa zona. O problema é que há zonas mais importantes que outras. Defendendo à zona e, suponhamos, deixando dois jogadores na frente, há sempre pelo menos um jogador num poste, se não mesmo nos dois, e há, normalmente, outro ainda mais à frente, na linha de pequena área perpendicular à linha de fundo. No Sporting, por exemplo, é Moutinho quem se coloca aqui. Ou seja, são cinco os jogadores que não interessa muito que sejam grandes: os dos dois postes, o que fica à frente e o dois que ficam na frente. As zonas mais importantes são as zonas centrais. Nas restantes cinco posições ficam os jogadores mais altos. Tendo em conta que ter cinco jogadores num 11 com 1,80 ou mais não é assim tão complicado, não concordo que uma equipa baixa não deva defender os cantos à zona. O Mourinho disse o mesmo, por alturas do Euro 2008.

    Há, usualmente também, a ideia de que as equipas que atacam têm, contra equipas que defendem com o método da zona, vantagem porque atacam a bola enquanto que os defesas estão parados. Isso não é necessariamente verdade. Os jogadores que defendem têm de atacar a zona que defendem e, caso a bola caia na sua zona, devem atacá-la. Ao fazerem-no, estão em pé de igualdade com os que a atacam na outra direcção, com a vantagem de só terem de dar dois ou três passos para chegar a ela.

    Quanto à questão do treino, é evidente que que o método zonal, porque mais complexo, requer maior quantidade de treino para ser aperfeiçoado. No método homem a homem, basta haver concentração e atenção individual. Na zona, porque depende da interacção entre os vários elementos, o treino afincado e demorado é requisito obrigatório.

    Quanto ao resto, há várias formas. Como o Filipe referiu, para desbloquear, na zona, há a hipótese do canto curto, como pode haver a hipótese do canto para a entrada da área, caso não seja uma zona vigiada. Quanto aos ataques de jogadores mais altos a jogadores mais baixos, como já disse, não sei se fará muito sentido, a não ser que, das cinco posições centrais faça parte um jogador realmente muito baixo.

    Quanto ao método homem a homem, não creio, como refere o Filipe, que o melhor método de desbloquear seja esse. Aliás, a razão pela qual considero o método homem a homem claramente inferior ao método zonal é a possibilidade de este ser facilmente desbloqueado através de uma coisa que pouca gente costuma trabalhar: bloqueios. Mourinho fê-lo sistematicamente no Porto. Um atacante bloqueava o marcador de Costinha, que ficava solto para aparecer ao segundo poste a cabecear. Ainda recentemente, creio que no Manchester United, viu-se um lance desse tipo. Por exemplo, bater os cantos ao segundo poste e fazer com que todos os atacantes, à excepção de um, ataquem o primeiro poste, levando assim os seus pares, e, ao mesmo tempo, fazendo um simples bloqueio, deixa o atacante designado sozinho para finalizar. Esta situação, se bem trabalhada, dá bastantes golos, fruto de uma deficiência intrínseca ao próprio método homem a homem. Há também a possibilidade de cantos batidos rasteiros para a zona de penalty (parecidos com os livres à Camacho), tendo os atacantes previamente levado os defesas para o segundo poste, por exemplo.

    Acerca dos métodos mistos, é uma possibilidade real. Mas não creio que, na sua concepção, sejam muito diferentes dos métodos homem a homem. O Sporting mete um homem no primeiro poste, outro na linha de pequena área e o resto marca. Isto é considerado misto, mas na verdade só se diferencia do método homem a homem por esse homem que fica na linha de pequena área. Continua a ter praticamente os mesmos problemas que o método homem a homem. Usando mais homens à zona, implicaria haver apenas algumas marcações designadas. Mas isso faria com que houvesse poucos homens para preencher todas as zonas. Ou seja, haveria zonas desprotegidas.

    Cumprimentos!

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  3. Só esclarecer um ponto.

    Quando me refiro a métodos mistos, não tem a ver com marcações individuais e colocação de 1 ou 2 homens com responsabilidades zonais. Isso é o que se faz quando se defende homem-a-homem e não considero como um método misto (não conheço nenhuma equipa que defenda homem-a-homem sem um ou dois jogadores com responsabilidades zonais).

    Métodos mistos é uma solução que permite utilizar uma marcação zonal mas não estar dependente da tal questão da diferença de alturas. Ou seja, há uma disposição zonal dos jogadores e os (1 ou 2) adversários mais perigosos são marcados individualmente. Esta solução foi adoptada, por exemplo, pela Espanha no último Europeu e permitiu-lhe usar a zona, contornando um evidente problema de estatura média.

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  4. Ora boas noites a todos.
    Eu penso que quando se fala em metodos de marcação nas bolas paradas é um pouco vasto. Pk?
    Porque como foi aqui referido e bem, depende de certas e determinadas variantes. Eu sinseramente prefiro a marcação individual, no entanto esta só faz sentido quando temos atletas com as caracterisctas necessárias para o fazer tal como a estatura e a velocidade com que fazem o acompanhamento das movimentações do adversário. No entanto a marcação a zona tambem pode ser muito útil como já foi referido se tiveres jogadores de estatura mediana ou baixa, no entanto se for treinada e se tiveres jogadores de estatura elevada mas lentos tambem pode ser util, por isso e para não me alongar muito a que eu realmente gosto é os metodos mistos, eu utilizo sempre nas minhas equipas os metodos mistos, porque em tudo o que faço no futebol faço-o do que conheço do adversário, e os meus jogadores já estão instruidos de que aquela torre és tu quem lhe vai fazer a marcação individual, se tiver duas torres serão dois jogadores a fazer a marcação individual os mais altos, os restantes fazem marcação a zona e normalmente já sabem o atleta que tem que marcar, agora isto requer muito estudo e por vezes tambem me engano. Mas continuo a dizer que o melhor metodo é o que os teus jogadores são capazes de fazer. Como vem eu gosto de todos os metodos, o melhor equipa "no meu ver", é aquele que que nnão se restringe a apenas um metodo mas aquela que é capaz de aplicar o melhor metodo possivel em deterimento da equipa com quem estás a jogar.
    Espero ter sido util.

    Abraço
    João Treinador de Futebol e Futsal.

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  5. Marcação homem-a-homem, para mim, mas depedem do adversario que estamos a defrontar, os cantos e livres penso que devem ser muito trabalhados,porque hoje em dia ganham-se muitos jogos nas bolas paradas, eu trabalho muito esses lançes, principalmente cantos ao 1ºposte.

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