sexta-feira, 21 de novembro de 2008

REGRESSO AO PASSADO: Franz Beckenbauer

Nome Completo: Franz Anton Beckenbauer
Data de Nascimento: 11/09/1945 (63 anos)
Local de Nascimento: Giesing (Munique)
Nacionalidade: Alemanha
Altura: 1,81 m
Peso: 75 Kg
Clube: 64/77: Bayern Munique; 78/80: Cosmos USA; 80/82: Hamburgo
Posição: Líbero/Defesa Central
Vídeos: Vídeo 1, Vídeo 2

E que melhor forma que inaugurar esta rubrica do que falar de Franz Beckenbauer? Foi um dos poucos jogadores a nível mundial que conseguiu alterar mentalidades e também criar uma nova forma de pensar e estar no jogo. Foi, talvez, o primeiro líbero que existiu na história do Futebol. Afirmo isto, no sentido em que Beckenbauer modificou a maneira como actuavam os defesas-centrais. Deixou de apenas pensar o jogo do ponto de vista defensivo, para se preocupar com aspectos até aí um pouco esquecidos para um central, como sair a jogar com a bola controla, remates de longe, etc. Beckenbauer nascido nos arredores e Munique, viu-se “empurrado” para o Futebol, depois do sucesso alcançado pela Selecção Alemã que se sagrou campeã do Mundo em 1954. Aos 13 anos ingressou naquele que seria o clube que o catapultaria para a ribalta do Futebol Europeu e Mundial: o Bayern Munique. Os marcos históricos não foram só alcançados no seu clube, mas também ao serviço da sua Selecção.

Ao serviço da Alemanha...

Aos 21 anos marca presença num dos melhores mundiais de sempre (para nós Portugueses, mas também para os amantes do bom Futebol): o Mundial realizado em Inglaterra no ano de 1966. A Alemanha conseguiu chegar à Final e aí se assistiu a um dos duelos mais épicos da História do Futebol. Frente à selecção da casa, Beckenbauer teve pela frente, nada mais nada menos, Bobby Charlton. Contudo, Franz Beckenbauer “apenas” se viriam a sagrar vice-campeões. Este era apenas o início de uma carreira promissora. Quatro anos depois, já Beckenbauer se tinha assumido com uma das figuras da equipa. Foi no México que, depois de uma derrota nas meias-finais frente à Itália (em que Beckenbauer jogou quase todo o prolongamento com um braço partido), que a Alemanha teria de disputar o jogo de atribuição do 3º e 4º lugar. Voltava-se a repetir a final de 66, se bem que desta vez, apenas uma destas equipas iriar arrecadar um lugar no pódio e também as medalhas. Noutro grande jogo de Futebol, a sorte sorriria à Alemanha que via assim “vingada” a derrota na final em Inglaterra. Ainda não seria desta que Beckenbauer e a sua Selecção seria Campeã do Mundo. Depois se ser Campeão da Europa em 1972, vencendo a Rússia, ficava a faltar no curriculum deste líbero o Campeonato do Mundo. O de 1974 seria realizado em casa, na Alemanha. Haveria melhor oportunidade que esta? Beckenbauer e Cª pensaram mesmo que não e, como tal, não decepcionaram os alemães. Na final, outro jogo épico, outro duelo épico. Uma final ainda hoje recordada opôs Alemanha à “Laranja Mecánica” – Beckenbauer a Cruyff. Este último confronto viria a ser considerado o duelo individual do século. O resultado viria a ficar 2-1 favorável aos alemães depois de estes estarem a perder. Foi a última grande competição a nível de Selecções que Beckenbauer jogara, pois retirou-se da Maanschaft em 1977, “vésperas” do Mundial da Argentina.

Fora da Selecção

A nível de clubes o panorama não foi muito diferente do registado ao serviço da Alemanha. Foram muitos os sucessos e os títulos conquistados. A nível individual, destaque para 2 Bolas de Ouro, troféu normalmente atribuído a Avançados e Médios-Ofensivo, mas Beckenbauer fez questão de inaugurar o restrito lote de Defesas a serem galardoados, onde figura, por exemplo, Fabio Cannavaro. No Bayern de Munique, para além de se sagrar 4 vezes campeão alemão; 4 vezes vencedor da Taça da Alemanha; 1 Taça Intercontinental (em 1976); e 1 Supertaça Europeia (1967), Beckenbauer conseguir a proeza de ser Campeão Europeu por 3 vezes... consecutivas. Foi de 1974 a 1976, que o Bayern “limpou” tudo, conseguindo, desta maneira, possuir nas suas fileira uma verdadeira Taça dos Campeões Europeus. Depois de todos estes sucessos, Beckenbauer rumou para os Estados Unidos onde jogaria ao lado de Pelé, no Cosmos EUA. O objectivo seria fomentar e divulgar o Futebol naquele país. Numa fase mais terminal e descendente da carreira, Beckenbauer regressou a casa, desta vez ao serviço do Hamburgo, para se retirar ao fim de duas temporadas.

Novas Funções

Como uma considerável parte dos grandes futebolistas, surgiu anos mais tarde, a possibilidade de vir a treinar a sua Selecção. No México’86 seria Vice-Campeão, para 4 mais tarde, em Itália’90 conseguir outro feito pouco conseguido no Futebol: conseguir ser Campeão do Mundo enquanto jogador e seleccionador. Contudo, Beckenbauer também ficou (ainda) mais ligado à História do clube bávaro, pois para além de ser jogador, também assumiu as funçõe de treinador e presidente. Mais recentemente, teve uma participação activa na organização do Mundial de 2006 realizado na Alemanha. Enfim, tratou-se de um jogador que foi capaz de revolucionar o Futebol. O Futebol nunca mais foi o mesmo e modificou-se, para melhor.

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