REGRESSO AO PASSADO: Diego Maradona

Nome Completo: Diego Armando Maradona Franco
Data de Nascimento: 30/10/1960 (48 anos)
Local de Nascimento: Lanús (Argentina)
Nacionalidade: Argentina
Altura: 167 cm
Peso: 70 Kg
Clubes: 1975/80: Argentinos; 1980/82: Boca Juniors; 1982/84: Barcelona; 1984/91: Nápoles; 1992/93: Sevilha; 1993/95: Newell's Old Boys; 1995/98: Boca Juniors;
Posição: Médio-Avançado
Vídeos: Vídeo 1

Ídolo absoluto de uma das nações do mundo que mais amam o futebol e de uma legião de incondicionais que o seguem vá onde for, Diego Maradona reinventou o futebol. Depois dele, mais ninguém reclamou o trono do futebol mundial; não há sucessor possível para o maior futebolista que já pisou os relvados.

Diego Armando Maradona É o futebol. Poucos jogadores (talvez nenhum) conseguiram transmitir no terreno de jogo tanto sentimento e tanta paixão, a ponto de, muitos anos após a sua saída dos relvados, continuarem a despertar tantas emoções fortes. O “pelusa” destruiu os fundamentos do desporto-rei e construiu a sua própria maneira de jogar, cheia de velocidade, carácter, mobilidade e muito, muito talento. Deixou recordações em todos os lugares por onde passou, embora se tenha destacado com três camisolas – a do Boca Juniors, a do Nápoles e a da selecção argentina. Tanto que, na terra das pampas, continua a ser frequente a exigência de que a camisola 10 nunca mais seja usada por qualquer atleta, por se considerar que mais ninguém poderá voltar a brilhar à altura do pequeno grande jogador. O melhor jogador da história surgiu no meio da mais absoluta pobreza e chegou ao paraíso graças a um imenso manancial de talento para desafiar os mais poderosos. Maradona e pátria são sinónimos na Argentina.

Biografia

Num Domingo, 30 de Outubro, nascia em Lanús, em Buenos Aires, um rapaz chamado Diego no seio da família Maradona. A sua infância foi igual à de tantos “potreros” (subúrbios) da capital argentina, com a única diferença de que ele tinha nascido com um talento inigualável para trabalhar uma bola de futebol. A sua primeira equipa foi o Estrella Roja, um clube de bairro fundado pelo seu pai para que os miúdos da Vila Fiorito pudessem jogar. Um dos seus colegas militava nas divisões inferiores da federação e avisou os dirigentes do seu clube para o prodígio que brincava na sua rua. Quando os técnicos foram vê-lo, propuseram-lhe a inscrição no “Cebolinhas”, um escalão de formação. Foi ali que Maradona ganhou o estatuto de promessa mais clara da sua geração. Aos 16 anos chegou à primeira equipado Argentinos. A marcar a sua estreia, logo no primeiro toque que dá na bola faz um túnel a um adversário. Era um prenúncio do que lá vinha.

Para a Selecção

Com 17 anos e o estatuto de titular no seu clube e na selecção juvenil, Maradona foi convocado por Menotti para se estrear pela Selecção principal, num particular contra a Hungria. A sua primeira grande decepção chegaria um ano depois, quando o treinador o deixa de fora da convocatória para o Mundial da Argentina, que de qualquer modo a selecção alviceleste acabaria por vencer com Kempes no lugar de grande estrela. No Argentinos, Maradona torna-se objecto do desejo de todos os grandes clubes, especialmente o River Plate, embora fosse visível que o “pelusa” não queria mudar de “poiso”. Na verdade, sempre tinha sonhado em vestir a camisola azul e amarela do Boca Juniors, principalmente depois de os adeptos terem gritado em coro «Fica! Fica!» quando esteve num Argentinos-Boca Juniors a fazer malabarismos com a bola. Fez pressão para sair e, em 1981, entrou num clube que se endividou até ao limite par conseguir contratá-lo.

A Era espanhola

Em 1982, Maradona, já uma presença habitual na Selecção AA argentina, disputou o seu primeiro Mundial, em Espanha. Apesar de contar com uma das melhores formações da sua história, a alviceleste não cumpriu com as expectativas e regressou a casa prematuramente. Nessa altura já Maradona tinha sido assinado o seu contrato com o Barcelona, que fez nele um investimento recorde. Com os “culés”, o argentino não brilhou como esperado. No Camp Nou exigia-se-lhe correr mais do que jogar e o talentoso internacional não conseguiu adaptar-se. Alem disso, uma hepatite e uma grave lesão, após uma entrada de Goikoetxea, afastaram-no muito tempo dos relvados.

Em Itália

Por tudo isto, desembarca em Itália em 1984, para jogar no Nápoles, um clube medíocre do sul do país que, com Maradona, entraria no mapa-mundo do futebol. Ali se tornou amo e senhor, ali se rodeou dos jogadores que quis e ali assumiu toda a responsabilidade sobre o que se passava no relvado, como ele gostava. Assim é que chegaram à equipa Giordano e Careca, que ao lado do argentino constituíram o célebre trio Ma-Gi-Ca, que marcaria uma era, ganhando duas vezes o “scudetto” e uma a Taça UEFA. Em 1986, novamente pela selecção argentina, associou para sempre a alcunha “el pibe de oro” ao seu nome, escrevendo as páginas mais gloriosas de toda a sua carreira desportiva e sagrando-se campeão do mundo no México. Nunca mais uma antologia do futebol será feita sem incluir o seu golo à Inglaterra, numa jogada em que deixou pelo caminho todos os adversários que apareceram pela frente. Em Itália, em 1990, volta a levar a Argentina à final, para desta vez perder perante a Alemanha de Lothar Mätthaus. No ano seguinte viriam a público os seus problemas com as drogas: dá um positivo num controlo anti-doping e é suspenso.

Últimos esforços

Diego abandona Itália e assina pelo Sevilha, onde já não alcança o seu verdadeiro nível, e depois regressa ao seu país, para o Newell’s Old Boys, onde só faz cinco jogos. Um novo controlo positivo, no Mundial de 1994, nos EUA, deixa-o à beira de se retirar, mas um ano depois volta ao Boca Juniors, para terminar a carreira após trinta jogos oficiais e com quase 37 anos.

In Revista Futebolista, Outubro 2005

Para o final deixo uma questão que pretende realizar uma troca de ideia e opiniões. Se eventualmente isso fosse possível, acham que nos dias de hoje, Maradona conseguiria alcançar igualmente o lugar de nº 1 do Futebol?